sexta-feira, 11 de maio de 2012

Violência e Esporte e algumas Obviedades

Violência e Esporte e algumas Obviedades

Por Jeison Giovani Heiler

Publicado: O Correio do Povo - 11/05/2012

Quando perguntadas em pesquisas de opinião sobre quais são as maiores preocupações da sociedade brasileira as respostas apontam para o óbvio: violência, segurança pública e envolvimento com drogas. Quando perguntadas sobre as possíveis soluções para estes problemas a maioria das pessoas também pensa logo no óbvio: é necessário ocupar os jovens, mantê-los nas escolas, inseri-los no mercado de trabalho e em atividades esportivas e de lazer saudáveis. É óbvio, não? Deveria ser.

Nas últimas semanas uma série de crimes violentos tem sido noticiada pela imprensa local, denotando a fonte da preocupação da população com a violência e a questão da (in)segurança pública. E o poder público municipal, será que está fazendo as lições de casa? Será que está executando o óbvio? Parece que não. Se a resposta óbvia para os problemas de violência e envolvimento com drogas pode estar em investimentos nas áreas de esporte e lazer a conclusão é a de que o poder público está deixando de fazer o básico. Não bastasse que mínguam as áreas de esporte e lazer existentes na cidade. Nesta semana a imprensa noticiou que a Prefeitura de Jaraguá do Sul pretende devolver ao Ministério dos Esportes a parcela destinada pelo governo federal (R$ 1,053 milhão) que seria destinada ao Programa Segundo Tempo.
Esse Programa, segundo informações extraídas da página do ministério do esporte tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte promovendo o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas de vulnerabilidade social.

Então, cabe nos perguntarmos: porque não fazer o óbvio? Porque não investir em atividades esportivas, ainda mais quando os recursos estão vindo do Governo Federal? Acessando o sistema de avaliação do Programa Segundo Tempo na página do Ministério dos Esportes pode-se inferir os resultados deste programa “mais de 75% dos beneficiados, nesta ordem: convívio social, capacidade de escolher as atividades de lazer, condição da saúde, capacidade de comunicar e defender suas ideias, cuidado com a alimentação, qualidade do sono e convívio familiar. Também aumentou o interesse pelas vivências de lazer, a disposição para se exercitar fisicamente e para as atividades diárias, a autoestima, o tempo dedicado e o envolvimento em movimentos sociais e comunitários”1.

Apesar dos resultados positivos, que são também óbvios, de acordo com o noticiado na imprensa nesta semana, o Secretário de Esportes do Município de jaraguá do Sul afirmou que a gestão atual não tem interesse no programa. Cabe insistir na questão: Porque? Porque fugir ao básico? Ao óbvio? Quais são as motivações e os interesses que movem a administração municipal senão aquelas apregoadas na Constituição Federal: interesse público e eficiência (art. 37, CRFB/88).

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