terça-feira, 22 de janeiro de 2013

"Uma floração psicodélica de riscos e rabiscos"

Despertei com o barulho do sol acordando
"Uma floração psicodélica de riscos e rabiscos"
Encontro um poema seu
Tão Dalto Trevisan
Embaixo de um guarda-chuva

Não fale amor, ouça le bruit de la mer
Rugindo dentro do meu olhar

Na janela depois do horizonte
encarava uma maneira distante
de viver sem gastar o tempo

Não fale amor, sinta o sopro
verde ou úmido do mar azul

estive navegando umas idéias
inventando umas mentiras graves
remediei venenos e serpentes
mas não restei curado
de todo

e sigo
imaginando riscos e rabiscos
tortos ou amarelos
como gritos de Van Gogh
antes e depois da última colheita

e sigo
imaginando a vida
antes e depois da última colheita
como Van Gogh

não há como saber
e me perguntastes
com demandas sérias
talvez devêssemos mesmo
ser todos virgens outra vez

ou belos e bons
selvagens
como nunca
teríamos sido

são só
uns riscos e rabiscos
florecendo amarelos de vergonha
diante da erva daninha
verde ou azulada
com tanta raiva desta teimosia
inventiva de imaginar o impossível
como Vang Gogh
pendurado em algum Hall de Wall Street




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