terça-feira, 26 de agosto de 2014

Reserva de vagas para mulheres não traz resultado nas urnas, dizem especialistas


Texto para debate: Não concordo com as afirmações nele contida. Acho equivocada essa análise puramente aritmética. Os resultado são de colher a longo prazo. Tem muita gente amadurecendo no processo, inclusive os homens!

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

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Quase 20 anos depois de os partidos políticos serem obrigados a criar uma cota mínima de 30% de candidaturas femininas, defensores da medida ainda lamentam que ela não tenha trazido resultados nas urnas. Atualmente, as mulheres ocupam menos de 10% dos assentos no parlamento brasileiro. Entretanto, 52,1% do eleitorado do país (74,4 milhões) é composto pelo sexo feminino, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Para especialistas, a subrepresentação feminina no cenário político está ligada a barreiras impostas dentro dos partidos e não a uma descrença do eleitorado na capacidade da mulher.


O demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ENCE/IBGE) José Eustáquio Diniz Alves diz que o eleitorado vê com bons olhos a mulher na política. “As eleições de 2010 foram a prova de que o eleitorado não discrimina o sexo feminino, pois as duas mulheres [Dilma Rousseff e Marina Silva], entre nove candidatos, tiveram dois terços (67%) dos votos no primeiro turno. E uma mulher foi eleita presidenta da Republica, com mais de 54% dos votos”, analisou, acrescentando que não considera o Brasil um país de forte tradição patriarcal e machista.


O demógrafo ainda lembrou que países com tradição democrática consolidada há mais tempo, como os Estados Unidos e a França, nunca tiveram mulheres na Presidência. O problema, segundo ele, está “fundamentalmente” no Legislativo. “Por uma prática misógina dos partidos políticos que são dominados pelos homens e não querem abrir mão do poder. Ou seja, a discriminação de gênero não está no eleitorado, mas principalmente nos partidos políticos”, destacou.


Assim como Alves, outros estudiosos do processo eleitoral apontam que o maior desafio das mulheres é romper as barreiras impostas por restrições dentro das legendas como, por exemplo, tentar o equilíbrio nos investimentos destinados às campanhas. Inicialmente, a legislação eleitoral brasileira exigia apenas que os partidos reservassem uma porcentagem de vagas às candidatas. Há alguns anos, o preenchimento dos 30% se tornou obrigatório, mas, levantamentos feitos por organizações como o Centro Feminista de Estudo e Assessoria (Cfemea) mostram que nas urnas essa reserva desaparece.


“A eleição anterior foi a que disparadamente teve um maior número de candidatas e o resultado do processo, depois de 15 anos de política de cotas, foi zero. Tivemos exatamente a mesma proporção de mulheres eleitas que experimentamos nas eleições anteriores a 2010. Como pode aumentar o número de candidatas e o número de eleitas não aumentar? Isso demonstra a falta de investimentos”, avaliou a socióloga Guacira César Oliveira, diretora do colegiado do Cfemea.
mulheres
Atualmente, as mulheres ocupam menos de 10% dos assentos no parlamento brasileiroArquivo/Agência Brasil


Para Guacira, a subrepresentação feminina está diretamente associada ao sistema político “altamente excludente”. “As candidaturas não são visíveis e não têm dinheiro para investir nas campanhas”, afirmou. Segundo ela, a situação das candidatas é agravada quando se analisa a rotina diária da maioria das mulheres no país.


Números divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, de quase 8 mil candidatas registradas para as eleições deste ano, mais de 500 são donas de casa e 650 são professoras, enquanto, entre os candidatos homens, a maioria se declara empresário ou advogado. “As mulheres, de maneira geral, fazem dupla jornada e têm limitações que não foram aliviadas ao longo desses anos de democracia”, lembrou a socióloga que destaca que o cumprimento da cota mínima tem sido feito apenas em respeito à lei, mas que, internamente, os partidos não dão qualquer relevância a essas candidaturas.


“Não há mudanças substantivas em nenhum lugar. A única novidade em relação à eleição anterior é no PSTU que tem 48% de candidaturas de mulheres para a Câmara. Os outros [partidos] se mantiveram na faixa de 30%, no cumprimento da lei”, avaliou.


A socióloga descarta qualquer melhora nos resultados das urnas e diz que a única solução para garantir uma proporção adequada entre homens e mulheres no Legislativo seria uma profunda reforma política. “A minha expectativa é de mínima melhora nessas eleições. Mesmo com toda a mobilização das ruas [nas manifestações de junho de 2013], a discussão da reforma política no Congresso Nacional, o que foi aprovado, só garante mais segurança aos partidos para continuarem fazendo o que já estavam fazendo. Todas as reformas foram conservadoras, mas a última foi ainda mais”, lamentou.


Nas eleições deste ano, as mulheres representam pouco mais de 30% das candidaturas considerando todos os cargos disputados (presidente da República e vice, governador e vice, deputados e senadores). Na corrida para o Senado, por exemplo, de 182 candidatos, 35 são mulheres. Para a Presidência da República, três candidatas tentam a vaga – Dilma Rousseff, Luciana Genro e Marina Silva. A maior proporção de mulheres (36,4%) está entre as indicadas para o cargo de vice-presidente. A corrida pelo comando dos governos estaduais é a que tem menor participação feminina. Apenas 17 mulheres concorrem a uma vaga para os Executivos estaduais entre as 169 candidaturas, o equivalente a pouco mais de 10%, segundo registro do TSE.

domingo, 24 de agosto de 2014

O que derruba uma candidatura: queda de avião, ou caixa 2?

A candidatura de Marina Silva pode ser cassada por omissão de gastos e abuso de poder
Por Redação
A Polícia Federal investiga se o avião que caiu com o candidato à presidência Eduardo Campos (PSB) fo comprado com dinheiro de caixa dois. Segundo levantamentos da PF, o avião pertence ao grupo A. F. Andrade, proprietária de usinas de açucar que já declarou falência e possui dívidas de R$ 341 milhões, portanto, não teria condições de comprar um jatinho.
Segundo reportagem publicada hoje (24) no jornal Folha de São Paulo, no dia 15 de maio deste ano, João Carlos Lyra de Melo Filho, empresário pernambucano e amigo de Eduardo Campos, assinou um termo de compromisso na compra do avião e indicou as empresas BR Par e a Bandeirantes Pneus como responsáveis pela dívidas de R$ 16 milhões junto à Cesnna.
Porém, a BR Par não existe no endereço que consta em seu registro na Junta Comercial, na avenida Faria Lima, na cidade de São Paulo. A empresa Bandeirantes foi recusada pela Cessna por falta de capacidade econômica.
Além das questões jurídicas que envolvem o avião e sobre quem é o seu dono, há indício de crime eleitoral. Pois, o PSB, para justificar o uso do avião necessita apresentar documentos que não existem.
O avião tem que ser doado por uma empresa dentro da lei eleitoral dos chamados bens permanentes, que vale para avião e carro. A campanha do PSB, que agora tem Marina Silva como candidata, terá que explicar como pagou as despesas com o avião, que estão avaliadas em R$ 1,2 milhão.
Para que não seja configurado como crime eleitoral e abuso de poder, todas as despesas que envolvem a utilização do jatinho tem de ser pagas com notas emitidas pela campanha.  Segundo rpeortagem de O Globo, as despesas no aeroporto de Santos Dumont foram pagas pela Lopes e Galvão, empresa com sede em uma escola infatil na cidade de Campinas (SP).
Se a prestação de contas da coligação Unidos Pelos Brasil for rejeitada, a candidatura de Marina Silva pode ser cassada por abuso de poder, omissão de despesas e a candidata se tornar inelegível.
O PSB declarou que está separando todos os documentos exigidos pela Justiça Eleitoral.

Fonte: http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/08/aviao-que-era-utilizado-por-eduardo-campos-pode-ser-fruto-de-caixa-dois/

sábado, 23 de agosto de 2014

Psicografia

Por Clarrisa

psicografo
as ruas e travessas
as esquinas e as conversas
das primas e vizinhas
das transeuntes nas vitrinas

misturo
com o que prometesses, enfim
com a sinfonia lacônica
dos teus ais
desse alvoroço

que psicografo
porque ouvi
em algum lugar

http://paranaodesaprender.blogspot.com.br/2014/08/psicografia.html?showComment=1408815397777#c541591591155527153

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O voto em Marina Silva e a pergunta que vale R$ 18,7 bilhões



neca marina silva itaú receita
Maria Alice Setúbal e Marina Silva (divulgação)
Você precisa conhecer Neca. Ela é a coordenadora do programa de governo de Marina Silva, pela Rede Sustentabilidade, ao lado de Mauricio Rands, do PSB. O documento será divulgado na semana que vem, 250 páginas condensadas por Marina e Eduardo Campos. Educadora, com longo histórico de obras sociais, Neca conheceu Marina em 2007. É uma das idealizadoras e principais captadoras de recursos da Rede Sustentabilidade.
Sua importância na campanha e no partido de Marina Silva já seria boa razão para o eleitor conhecê-la melhor. Ainda mais após a morte de Eduardo Campos. Mas há uma razão bem maior. Neca é o apelido que Maria Alice Setúbal carrega da infância. Ela é acionista da holding Itausa. Você pode conferir a participação dela neste documento do Bovespa. Ela tem 1,29% do capital total. Parece pouco, mas o valor de mercado da Itausa no dia de ontem era R$ 61,4 bilhões. A participação de Maria Alice vale algo perto de R$ 792 milhões.
A Itausa controla o banco Itaú Unibanco, o banco de investimentos Itaú BBA, e as empresas Duratex (de painéis de madeira e também metais sanitários, da marca Deca), a Itautec (hardware e software) e a Elekeiroz (gás). Neca herdou sua participação do pai, Olavo Setúbal, empresário e político. Foi prefeito de São Paulo, indicado por Paulo Maluf, e ministro das relações exteriores do governo Sarney. Olavo morreu em 2008. O Itaú doou um milhão de reais para a campanha de Marina Silva em 2010 (leia mais aqui).
Em agosto de 2013 – portanto, no governo Dilma Rousseff – a Receita Federal autuou o Itaú Unibanco. Segundo a Receita, o Itaú deve uma fortuna em impostos (veja aqui). Seriam R$ 18,7 bilhões, relativos à fusão do Itaú com o Unibanco, em 2008. O Itaú deveria ter recolhido R$ 11,8 bilhões em Imposto de Renda e R$ 6,8 bilhões em Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A Receita somou multa e juros.
R$ 18 bilhões é muito dinheiro. É difícil imaginar que a Receita tirou um valor desse tamanho do nada. É difícil imaginar uma empresa pagando uma multa que seja um terço disso. Mas embora o economista-chefe do Itaú esteja hoje no jornal dizendo que o Brasil viveu um primeiro semestre de “estagnação”, o Itaú Unibanco lucrou R$ 4,9 bilhões no segundo trimestre de 2014, uma alta de 36,7%. No primeiro semestre, o lucro líquido atingiu R$ 9,318 bilhões, um aumento de 32,1% em relação ao primeiro semestre de 2013. O Unibanco vai muitíssimo bem. E gera, sim, lucro para pagar os impostos e multa devidos – ainda que em prestações.
A autuação da Receita foi confirmada em 30 de janeiro de 2014 pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento. O Itaú informou que iria recorrer desta decisão junto ao Conselho Administrativo de Recursos fiscais. Na época da autuação, e novamente em janeiro, o Itaú informou que considerava “remota” a hipótese de ter de pagar os impostos devidos e a multa. Mandei um email hoje para a área de comunicação do Itaú Unibanco perguntando se o banco está questionando legalmente a autuação, e pedindo detalhes da situação. A resposta foi: “Não vamos comentar.”
O programa de governo de Marina Silva, que leva a assinatura de Maria Alice Setúbal, merece uma leitura muito atenta, à luz de sua participação acionária no Itaú. Um ano atrás, em entrevista ao Valor, Neca Setúbal foi perguntada se participaria de um eventual governo de Marina. Sua resposta: “Supondo que Marina ganhe, eu estarei junto, mas não sei como. Talvez eu preferisse não estar em um cargo formal, mas em algo que eu tivesse um pouco mais de flexibilidade.”
Formal ou informal, é muito forte a relação entre Neca e Marina. Uma presidente não tem poder para simplesmente anular uma autuação da Receita. Mas tem influência. E quem tem influência sobre a presidente, tem muito poder também. Neca Setúbal já nasceu com muito poder econômico, que continua exercendo. Agora, pode ter muito poder político. É um caso de conflito de interesses? Essa é a pergunta que vale R$ 18,7 bilhões de reais.

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/08/o-voto-em-marina-silva-e-pergunta-que-vale-r-187-bilhoes.html

sábado, 16 de agosto de 2014

abs

oblíquo
é quase
ali

tanto
por se fazer
e você

obliterações
invenções
e nada

andaremos
nus

por uns tempos
meu bem

é quase ali
e
quase nada

se eu
fosse 
esse poeta
que você
temia

diria:
vá se foder!

e trataria
de parir
outros dias
metáforas
inofensivas

ser triste
é ser abstrato
em quase tudo

descobri
sabendo

quando
for carnaval
vou rir de você
vou rir
e será
outro
riso abstrato

quando for 
amanhã
e depois
de amanhã
acordarei
abstrato

ser triste
é ser abstrato
em quase tudo

gosto quando
dizem
ei
e me fazem virar a cabeça
para me dizer
uma estupidez qualquer

mas não gosto
que me botem
abstrato

so easy baby
falar de mim
e de tudo
quanto seja
abstrato

difícil é 
abstrair tu


https://www.youtube.com/watch?v=IuHfOFqsbXM&list=PLjvJDCybXeV-it9VJzwGZPu9NhMfBHR4l






quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Hipóteses de substituição de candidaturas

TSE dirime dúvida sobre repercussão jurídica da morte de Eduardo Campos:

A substituição de candidatos é prevista na legislação eleitoral vigente. De acordo com a Resolução nº 23.405 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), art. 60, “é facultado ao partido político ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro indeferido, inclusive por inelegibilidade, cancelado ou cassado, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro”.

No caso específico de falecimento de candidato, a substituição poderá ser requerida mesmo após o prazo de até 20 dias antes do pleito, previsto para os demais casos. No entanto, apesar de a substituição poder ser solicitada a qualquer momento, o partido político a que pertencer o substituído deverá pedir o registro do novo candidato “até 10 dias contados do fato” que deu causa à necessidade de substituição.

A escolha do substituto será feita na forma estabelecida no estatuto do partido político, sendo que, nas eleições majoritárias, “se o candidato for de coligação, a substituição deverá ser feita por decisão da maioria absoluta dos órgãos executivos de direção dos partidos políticos coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido político ao qual pertencia o substituído renuncie ao direito de preferência”.

Caso haja substituição, o fato deverá ser amplamente divulgado pelo partido político e/ou coligação do substituto para esclarecer o eleitorado, “sem prejuízo da divulgação também por outros candidatos, partidos políticos e/ou coligações e, ainda, pela Justiça Eleitoral, inclusive nas próprias seções eleitorais, quando determinado ou autorizado pela autoridade eleitoral competente”.

O registro de candidato que venha a falecer deverá ser cancelado de ofício pelos tribunais eleitorais, quando tiverem conhecimento do fato, cuja veracidade deverá ser comprovada. No caso de o substituto ser o atual candidato a vice, o registro da candidatura deve ser cancelado junto a Justiça Eleitoral e deve ser registrada uma nova chapa.

Já nas eleições proporcionais (para deputados e vereadores), a substituição só se efetivará se o novo pedido for apresentado até o dia 6 de agosto de 2014 (Resolução 23.405, art. 61, parágrafo 6º).

Acesse aqui a íntegra da Resolução 23.405/2014.

Fonte: http://www.tse.jus.br/noticias-tse/2014/Agosto/hipoteses-de-substituicao-de-candidaturas