sexta-feira, 2 de março de 2012

Angye Gaona, poeta colombiana

TECIDO BRANDO 
(Angye Gaona, tradução de Jefferson Vasques)


Calma e tino te digo, peito brando.
Não queiras conter toda a água dos mares.
Toma uns litros de ondas bravas,
de espuma fera.
Deixa que se encrespe dentro de ti,
cavalo afrontado,
mas não domes esta água
que o tempo a requer viva
e pulsante.
Respira e prepara-te, peito brando.
Não queiras conter todo o ar dos abismos,
toma só o de tua pequena inspiracão,
o acaricie por instantes,
o susurre como se ao último alento
e o deixa livre ir ali,
aonde tu também querias:
vasto, imenso, indistinto.
Sopra forte o que guardas.
Não recolhas mais lágrimas, peito brando.
E se um menino preso chora, dirás,
e se um homem é torturado, dirás.
Que não é tempo de guardar a ira, te digo.
É momento de forjar e fazer luzir
o fio da navalha.
Angye Gaona, poeta colombiana, será julgada injustamente no próximo dia 23 de janeiro por crimes que não cometeu (“rebelião” e “narcotráfico”). Na verdade, o caso foi forjado para calar Angye, artista que vem corajosamente se posicionando ao lado da luta dos trabalhadores, dos estudantes e pela liberdade de outros presos políticos. A Colômbia vive um estado de terror ditatorial, sendo enorme a quantidade de presos políticos. Angye pode ser condenada até 20 anos de prisão!!!
Para ajudá-la (e aos demais presos políticos da Colômbia) é preciso uma campanha internacional urgente que pressione o governo terrorista de Juan Manuel. Para isso, criamos este site e damos início ao comitê brasileiro de solidariedade à Angye Gaona.
Navegue pelo site, conheça mais sobre Angye e suas poesias, sobre a Colômbia e seus presos políticos. E, principalmente, veja como ajudar! Caso queira saber mais, entre em contato: jeffvasques@gmail.com
Jefferson Vasques

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