domingo, 10 de fevereiro de 2013

Há um lugar em que eu vivo

há um lugar em que eu vivo
em que as pessoas não vêm
para trazer notícias nem flores
nem potes cheios de inocência
sem-cerimônia e coisas assim

há um lugar em que eu vivo
onde correr nú é comum
tão absolutamente comum

há um lugar em que eu vivo
onde os sorrisos inverídicos
se desmancham em parachoques de celofone
 e as caras ficam sem-boca
proibidas de mentir coisas pra fora

há um lugar em que eu vivo
e que talvez você pudesse habitar
com seu short jeans 7 dedos acima do joelho
com seu jeito de alegrar os lugares

há um lugar em que eu vivo
nas horas vagas da vida que herdei
e que não escolhi viver

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