Publicado no AN de 21/06/2013
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a4176315.xml&template=4187.dwt&edition=22215§ion=1192
A expressão tem origem na obra O Príncipe de Maquiavel mas se tornou célebre no pensamento do sociólogo Max Weber. Pode-se dizer que uma abordagem ou outra sempre estarão disponíveis no campo de possibilidades decisórias em qualquer contexto político. Ao decidir de acordo com a ética da convicção o ator político decide de acordo com seus valores ou princípios absolutos, caso em que a o resultado da ação é mais importante que os meios para chegar a ela. Por outro lado, de acordo com a ética da responsabilidade o ator político deve sempre atentar para as consequências e desdobramentos de sua decisão política.
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A expressão tem origem na obra O Príncipe de Maquiavel mas se tornou célebre no pensamento do sociólogo Max Weber. Pode-se dizer que uma abordagem ou outra sempre estarão disponíveis no campo de possibilidades decisórias em qualquer contexto político. Ao decidir de acordo com a ética da convicção o ator político decide de acordo com seus valores ou princípios absolutos, caso em que a o resultado da ação é mais importante que os meios para chegar a ela. Por outro lado, de acordo com a ética da responsabilidade o ator político deve sempre atentar para as consequências e desdobramentos de sua decisão política.
Normalmente, e historicamente, a
dicotomia é lembrada para chamar a atenção de movimentos reivindicatórios,
populares, ou de esquerda para a necessidade de comedimento e temperança
apelando-se para a ética da responsabilidade necessária às ações políticas que
não podem ser inconsequentes e devem atentar para os efeitos e os sacrifícios
que podem representar.
Contudo, parece que ninguém se atreve
a recomendar um pouco de Maquiavel para as ações da extrema direita. As ações
adotadas, por exemplo, em nome dos pacotes de austeridade travestidas em
manuais para a eficiência econômica de países em crise possuem a gravidade de
provocar, e tem provocado, consequências terríveis para as populações
envolvidas.
Os pacotes de austeridade são planos
econômicos que privilegiam não mais do que algumas dúzias de bancos e grandes
corporações financeiras globais que não querem ver o seu dinheiro virar
pó com a impossibilidade de resgate em países afundados em crise. Os
pacotes de austeridade interessam apenas à estas corporações, já que do ponto
de vista interno em cada um dos países imerso na crise, austeridade
implica em cortes drásticos em direitos relacionados as necessidades vitais
mais elementares dos seus cidadãos, traduzidas na redução da garantia de
direitos sociais como a previdência, saúde e proteção ao trabalho. Na
prática é nisso que se traduzem os pacotes de austeridade.
Estas medidas são irresponsáveis
porque promovem a redução do nível médio de consumo ao reduzir a renda da
população. Desta forma esses pacotes condenam os países em crise a um
ciclo perverso de aprofundamento das desigualdades e empobrecimento da
população na mesma medida em que amplia a dependência em relação à economia dos
países centrais.
Essas medidas são
irresponsáveis ainda porque arrastam o mundo em bloco para a crise. Isto porque
os mercados de consumo estão mais conectados do que nunca e a redução na renda
de países periféricos, a médio e longo prazo, pode afetar as exportações e a
saúde financeira também
de países centrais.
Em suma, por essa razão é que os pacotes de
austeridade são medidas que interessam apenas à organizações financeiras,
que tem colonizado o Estado e a Política em nome do seu próprio interesse. Para
retomar o argumento, isto significa que em nome de uma ética que diz respeito à
convicção na crença do liberalismo compartilhada por uma minoria que concentra
cerca de 1% de toda a riqueza do mundo, populações inteiras têm sido
sacrificadas para garantir as taxas de lucratividade e a saúde financeira de
instituições que já não têm pátria ou qualquer traço de nacionalidade. O que
fazer? Talvez apenas lembrar o escritor Moçambicano Mia Couto "É preciso sair à rua, é preciso revoltarmo-nos, é
precisa esta insubordinação”
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