31 de maio de 2014. | N° 2167Ale
HISTÓRIA
Uma aula sobre a repressão
Livro Negro da Ditadura Militar, de 1972, será relançado neste sábado na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul. Divo Guisoni, organizador da obra, participará de debate com o público
Neste sábado, a partir das 11 horas, a Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul será palco do relançamento do Livro Negro da Ditadura Militar, uma obra de 1972 que foi escrita, impressa e distribuída na mais completa clandestinidade e que causou grande impacto no País e no exterior. O evento acontece em várias cidades do Brasil para lembrar os 50 anos da ditadura, que durou de 1964 a 1985 e foi marcada pela supressão de direitos constitucionais, censura à imprensa e repressão e tortura aos que eram contra o regime militar.
Haverá debate sobre uma das épocas mais obscuras da história do Brasil. O organizador do livro, Divo Guisoni, vai falar sobre o envolvimento na elaboração da primeira edição, publicada pelo grupo revolucionário Ação Popular (AP), do qual era militante, para denunciar as mazelas do regime. Na oportunidade, o sociólogo Victor Alberto Danich, de Jaraguá do Sul, vai falar sobre a tortura e o sequestro sofridos por ele na ditadura argentina, quando morava naquele país. A repressão durou de 1975 a 1983 e deixou mais de 30 mil desaparecidos políticos.
A nova edição do Livro Negro da Ditadura Militar foi produzida com as mesmas características de quando a obra foi editada em 1972 e é caso único na saga da resistência antiditatorial. Na época, 500 exemplares foram impressos numa gráfica clandestina e distribuídos pelos integrantes do Ação Popular em vários Estados, para driblar a censura. A obra tem um encarte com 16 páginas com depoimentos de pessoas envolvidas na obra em 1972. Divo e a mulher, Raquel Guisoni, estavam entre os responsáveis pela distribuição dos exemplares e foram perseguidos pelo regime.
Divo, que na época morava em São Paulo, foi condenado numa auditoria militar pelo seu envolvimento contra a ditadura e teve de mudar de nome para não ser preso. Até 1979, com a anistia, ele chamava-se João Pereira e a mulher adotou a identidade de Maria Elfrida Schneider. Nesse período, o casal mudou-se com as duas filhas pequenas para Porto Alegre e teve de reorganizar toda a vida por causa da perseguição.
– Foi muito difícil. Mas me sinto satisfeito pelas lutas de que participamos. Colocamos nossa vida a serviço da liberdade – comenta ele, que hoje vive em Florianópolis.
daiane.vieira@an.com.br
DAIANE ZANGHELINIHaverá debate sobre uma das épocas mais obscuras da história do Brasil. O organizador do livro, Divo Guisoni, vai falar sobre o envolvimento na elaboração da primeira edição, publicada pelo grupo revolucionário Ação Popular (AP), do qual era militante, para denunciar as mazelas do regime. Na oportunidade, o sociólogo Victor Alberto Danich, de Jaraguá do Sul, vai falar sobre a tortura e o sequestro sofridos por ele na ditadura argentina, quando morava naquele país. A repressão durou de 1975 a 1983 e deixou mais de 30 mil desaparecidos políticos.
A nova edição do Livro Negro da Ditadura Militar foi produzida com as mesmas características de quando a obra foi editada em 1972 e é caso único na saga da resistência antiditatorial. Na época, 500 exemplares foram impressos numa gráfica clandestina e distribuídos pelos integrantes do Ação Popular em vários Estados, para driblar a censura. A obra tem um encarte com 16 páginas com depoimentos de pessoas envolvidas na obra em 1972. Divo e a mulher, Raquel Guisoni, estavam entre os responsáveis pela distribuição dos exemplares e foram perseguidos pelo regime.
Divo, que na época morava em São Paulo, foi condenado numa auditoria militar pelo seu envolvimento contra a ditadura e teve de mudar de nome para não ser preso. Até 1979, com a anistia, ele chamava-se João Pereira e a mulher adotou a identidade de Maria Elfrida Schneider. Nesse período, o casal mudou-se com as duas filhas pequenas para Porto Alegre e teve de reorganizar toda a vida por causa da perseguição.
– Foi muito difícil. Mas me sinto satisfeito pelas lutas de que participamos. Colocamos nossa vida a serviço da liberdade – comenta ele, que hoje vive em Florianópolis.
daiane.vieira@an.com.br
Livro Negro da Ditadura Militar” neste sábado, na Câmara de Jaraguá
O resgate dos anos de chumbo que marcaram o Brasil, de 1964 a 1985, virá à tona neste sábado, às 11h, na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, com o lançamento da reedição do “Livro Negro da Ditadura Militar”, organizado pelo professor Divo Guisoni, envolvido diretamente na elaboração da primeira edição do livro, em 1972. A iniciativa contará com a apresentação do sociólogo, mestre em engenharia de produção e diretor executivo do Centro de Inovação e Pesquisas Tecnológicas – JaraguáTec, Victor Alberto Danich. Ambos foram destacados militantes da imprensa clandestina e alternativa entre os anos de 1960 e 1980. Victor Danich abordará a ditadura militar na Argentina, seu país de origem. Após a preleção de Guisoni e Danich, haverá a sessão de autógrafos. O lançamento da obra histórica é organizado pelo professor universitário da Católica SC e Uniasselvi/ Fameg, Jeison Giovani Heiler, mestre em Sociologia Política pela UFSC e doutorando em Ciência Política pela Unicamp.
Cinquentenário
A reedição acontece no ano em que transcorre o cinquentenário do golpe militar, no fatídico 31 de março. Com uma capa impactante, de Elifas Andreato, a obra traz 200 páginas de denúncia viva e captura em flagrante delito as atrocidades que a ditadura cometia no país.
Características originais
Produzida numa parceria entre a Editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois, traz em fac-símile o “Livro Negro”, tal e qual ele circulou em sua época. A obra também vem acompanhada de um livreto com depoimentos daqueles que foram responsáveis pelo corajoso trabalho de publicação em 1972: Bernardo Joffily, Carlos Azevedo, Divo e Raquel Guisoni, Duarte Pereira, Elifas Andreato, Jô Moraes e Márcio Bueno Ferreira. A releitura do “Livro Negro da Ditadura Militar” tem a missão de esconjurar para sempre um passado sombrio, e de reforçar a convicção democrática do povo brasileiro de que golpe, ditadura são flagelos que não podem se repetir.
http://www.jdv.com.br/noticia/683/%E2%80%9Clivro-negro-da-ditadura-militar%E2%80%9D-neste-sabado-na-camara-de-jaragua-Cinquentenário
A reedição acontece no ano em que transcorre o cinquentenário do golpe militar, no fatídico 31 de março. Com uma capa impactante, de Elifas Andreato, a obra traz 200 páginas de denúncia viva e captura em flagrante delito as atrocidades que a ditadura cometia no país.
Características originais
Produzida numa parceria entre a Editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois, traz em fac-símile o “Livro Negro”, tal e qual ele circulou em sua época. A obra também vem acompanhada de um livreto com depoimentos daqueles que foram responsáveis pelo corajoso trabalho de publicação em 1972: Bernardo Joffily, Carlos Azevedo, Divo e Raquel Guisoni, Duarte Pereira, Elifas Andreato, Jô Moraes e Márcio Bueno Ferreira. A releitura do “Livro Negro da Ditadura Militar” tem a missão de esconjurar para sempre um passado sombrio, e de reforçar a convicção democrática do povo brasileiro de que golpe, ditadura são flagelos que não podem se repetir.
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