sexta-feira, 1 de abril de 2016

coisa

Este é um poema coisa
Desejo lamber os teus olhos
Clitóris retina neblina nuvem
Como convem
Convento e esta dúzia de cheiros
Absinto pressinto
Qual é o gosto do teu cu
De que sabores é feito o vazio
Entre os dois lábios
Sexo sexo sexo
Rápido morteiro
E lento como o dia em que passaram o reprise de dancing in the rain pela
Quarta vez
Na loja de chapéus
Há menos chapéus que desodorantes
Na loja de comprimidos
Perdi meu guarda chuva
Este é um poema coisa
Nenhuma
Como você vai provar que está vivo
Como você vai provar que está vivo
Como você vai provar que está vivo
Não há tiro nem tito
Ditam as duras
Brandas plumas leves douradas
Puras como o sal
Que sempre ardeu
Na ferida profunda
Mas conservou a carne
Como você vai provar
Você é você
Outro dia no asfalto
Outro dia de frente pra pia de louça suja
Outro dia e depois
Este é um poema coisa
Pegue-o e cheire-o
Meta-o na ranhura de um dia
Qualquer
No buraco de qualquer parte
Prefira o ânus
Prefira metê-lo pelo buraco do seu pau
Prefira metê-lo na latrina
Dobre-o e lamba-o
Este [é um poema coisa
Para provar
Que você não está vivo








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