[E
Oblitera
Desavisada
Nuvem pássaro
Vento [átimo
Alvissaras
Tangerinas
Tergiversado
O tempo tem passado
Bebé
Só não passa a ausência
dias possíveis que não foram
Janela que se abre
Em cheiro
Sentidos Verso:
Diverso imaginei
Almas
decaindo
vertiginosa
queda abissal
Há um fosso raro
– aí habitam nossos corpos -
Premidos pelo tempo
Do que o tempo
não sabe nem alcança
Com seus
dedos tépidos
Apodrecer é um verbo
fácil
Eu apodreço
Tu apodreces
Podres e quase
átomos em decomposição efêmera
Sentaremos à janela
E nossas almas
livres da represa
voarão ligeiras
juntando-se à cachoeira
anti-descendente
anti-gravidade
anti-brevidade
e
seremos uma torrente inteira
inundando as nuvens
de sentido
e de beleza
[como somos belos
meu bem
apesar de tudo]
inundaremos o céu
anjos de asas débeis
demônios de riso fácil
e seremos nuvem
quando sobrar espaço?
Não sei o que há depois das nuvens, depois do universo, depois da esquina.
ResponderExcluirMas concordo com Kierkegaard: "se pudesse desejar algo para mim, não desejaria riqueza nem poder, e sim a paixão pela possibilidade — o olhar que, eternamente jovem, arde de desejo ao ver o possível".
Desejantes do impossível, somos belos por isso.
Invejamos os deuses pela sede.
Somos belos por sermos sujos, feios e nutridos pelo desejo do abismo
ResponderExcluir