segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Fenêtre

Janela Aberta que se abre 
[E Oblitera 
Desavisada 
Nuvem pássaro 
Vento [átimo
 Alvissaras
 Tangerinas 
Tergiversado 
O tempo tem passado 
Bebé Só não passa a ausência dias possíveis que não foram

 Janela que se abre 
Em cheiro 
Sentidos Verso:
 Diverso imaginei 
 Almas
 decaindo vertiginosa queda abissal
 Há um fosso raro
 – aí habitam nossos corpos - 
Premidos pelo tempo 
Do que o tempo
 não sabe nem alcança
 Com seus 
dedos tépidos

 Apodrecer é um verbo 
fácil 
Eu apodreço 
Tu apodreces 
Podres e quase 
átomos em decomposição efêmera 
Sentaremos à janela 
E nossas almas 
livres da represa
 voarão ligeiras 
juntando-se à cachoeira
 anti-descendente 
 anti-gravidade 
anti-brevidade e 
seremos uma torrente inteira inundando as nuvens de sentido e de beleza 
[como somos belos meu bem
 apesar de tudo] 
inundaremos o céu
 anjos de asas débeis 
demônios de riso fácil 
e seremos nuvem 
quando sobrar espaço?

2 comentários:

  1. Não sei o que há depois das nuvens, depois do universo, depois da esquina.
    Mas concordo com Kierkegaard: "se pudesse desejar algo para mim, não desejaria riqueza nem poder, e sim a paixão pela possibilidade — o olhar que, eternamente jovem, arde de desejo ao ver o possível".
    Desejantes do impossível, somos belos por isso.
    Invejamos os deuses pela sede.

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  2. Somos belos por sermos sujos, feios e nutridos pelo desejo do abismo

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